segunda-feira, 26 de maio de 2014

NAT (Nucleic Acid Technologies)


O uso do NAT (Nucleic Acid Technologies) no Banco de Sangue

Com o avanço tecnológico, a hemoterapia, ou medicina transfusional, como também é conhecida, está bem avançada, principalmente em relação aos exames sorológicos, que passaram a ser obrigatórios. Atualmente, o teste mais utilizado no país para controle de qualidade do sangue doado é o ELISA (Ensaio de Imunoabsorção Ligado à Enzima), que detecta o HIV em aproximadamente 22 dias após a infecção e o HCV (vírus da hepatite C) em aproximadamente 70 dias.

Tabela de Comparação 


Comparação entre as metodologias utilizadas em Banco de Sangue.

Entretanto, há alguns anos, países desenvolvidos utilizam técnicas de biologia molecular para detecção de ácidos nucléicos (NAT) de agentes patogênicos transmissíveis por transfusão, principalmente para o HIV e HCV. No Brasil, alguns serviços hemoterápicos também já utilizam essa tecnologia na rotina de triagem laboratorial de doadores de sangue.

O NAT (Teste de Ácido Nucléico) reduz o tempo de detecção do HIV para cerca de 6 a 10 dias e do HCV para 20 dias comparado com o grande tempo que se leva para detecção dos agentes pelo teste ELISA. A diferença entre os dois testes é que o NAT investiga o material genético do vírus, enquanto o ELISA verifica a presença de anticorpos contra o vírus no organismo. A vantagem do NAT é que ele encurta a janela imunológica, ou seja, período em que o vírus permanece indetectável em um indivíduo.




HCV 



Janela imunológica na infecção pelo HCV com os marcadores utilizados.
Comprovadamente mais eficaz, o NAT, que utiliza tecnologia da biologia molecular, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para ser implantado em hemocentros do país, mas ainda encontra barreiras para ser adotado no Sistema Único de Saúde (SUS) e ter cobertura das operadoras de saúde.

Uma das dificuldades encontradas é que a tecnologia do NAT aprovada pra uso no Brasil é importada, o que aumenta o custo, atrasando assim, sua adoção. Por isso, cientistas brasileiros já trabalham na criação de um kit molecular simples, automatizado e altamente sensível para a detecção simultânea do HIV e HCV.

Existem várias outras ferramentas que devem ser utilizadas em paralelo ao NAT. Uma delas é a aplicação de boas práticas laboratoriais nos testes ELISA utilizada rotineiramente na triagem de doadores. E para diminuir ainda mais o risco residual de transmissão de HIV por transfusão sanguínea, além da introdução do exame, é preciso educar as pessoas a não procurarem os bancos de sangue para teste logo após comportamentos de risco.

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